Euro U21 - Estilos, culturas e melhor onze

Na Dinamarca encontrou-se o novo Campeão da Europa em Sub-21, La Rojita, nome que os espanhóis carinhosamente atribuem à sua selecção de esperanças, não defraudou as expectativas e venceu na final a Suíça por 2-0. Como escrevi no post anterior já esperava esta final, pelos jogos que vi na fase de grupos, foram as duas equipas com mais qualidade, quer individual, quer colectiva. A Espanha é vencedora com mérito num campeonato um pouco até acessível para os nuestros hermanos.

Ainda assim fiquei com notas positivas da Suíça, organizada, tentando sempre a construção, com um conjunto de jogadores interessantes, numa moldura que engloba várias origens e estilos, desde a Nigéria ao Kosovo, passando por Itália, França, Alemanhã e Venezuela. Gostei também de uma disciplinada equipa dinamarquesa, com alguns destaques individuais.

Individualmente há ainda uma lista bem interessante de jogadores a acompanhar muito de perto, já falei de alguns no post anterior, aproveito para deixar aqui os onze que mais gostei (baseado obviamente nos jogos que consegui ver) e não posso terminar sem falar de dois nomes, Thiago Alcântara e Xherdan Shaqiri, dois magos que passearam pelos relvados da Dinamarca, o primeiro é uma mistura explosiva de Xavi/Iniesta com Ronaldinho, um médio ofensivo com muita escola de Barça mas com samba na ponta da chuteira, o segundo oriundo do Kosovo foi provavelmente o jogador mais desequilibrador da prova, dono de uma técnica impressionante e um pé esquerdo capaz de encantar, joga ainda no Basileia, mas é uma pérola incrível.


E todo este contexto leva-me a pensar num tema que tenciono falar mais ao pormenor noutra altura, a ideia, a ideologia, no fundo aquilo que no futebol traduzimos para a cultura, de equipa, de selecção, de país. Ou seja, cada contexto futebolístico está profundamente marcado pelas suas diferenças, pela sua organização ou até desorganização, e aqui reside uma das chaves para o futebol do futuro, acho que nos dias de hoje a Espanha está uns passos largos à frente do resto, toda a sua meto(i)deologia, muito marcada e espelhada no fantástico Barcelona de Pep Guardiola, molda um estilo de jogo/treino capaz de dotar as suas equipas de uma qualidade incrível. Penso que se formos (Portugal) inteligentes temos meios para construir o nosso próprio processo, mas disso falarei noutra altura.

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