Xavi: «O que faço é procurar espaços»

«Aquele jogo foi maravilhoso, o melhor que joguei. O sentimento de superioridade foi incrível - e contra o Real Madrid! Eles não tocaram na bola. Madre mia, que jogo! No balneário, brindámo-nos a nós próprios com uma ovação de pé»

«É bom que o ponto de referência para o futebol mundial seja o Barcelona, ou seja a Espanha. Não só porque é nosso, mas por causa do que é. Porque é futebol de ataque, não é especulativo, não espera»

«Algumas academias de formação preocupam-se em ganhar, nós preocupamo-nos com a educação. Vemos um miúdo que levanta a cabeça, passa à primeira e pensamos: 'Sim, vai dar'.

«O nosso modelo foi imposto pelo Cruijff. É um modelo do Ajax. Anda tudo à volta de meinhos. Rondo, rondo, rondo. Sempre, todos os dias. É o melhor exercício que há. Aprendemos a ser responsáveis e a não perder a bola. Se perdermos a bola vamos para o meio. Pum-pum-pum-pum, sempre um toque. Se vamos para o meio é humilhante, os outros riem-se de nós.»

«O que faço é procurar espaços. A toda a hora. Estou sempre à procura. A toda a hora, a toda a hora. Aqui? Não. Ali? Não. As pessoas que não jogaram nem sempre percebem como é difícil. Espaço, espaço, espaço. É como na PlayStation. Penso merda, o defesa está aqui? jogo para ali. Vejo o espaço e passo.»

«Há tantas opções de passe. Às vezes, até penso para comigo: o não-sei-quem vai ficar aborrecido porque fiz três passes e ainda não lhe dei a bola. É melhor dá-la ao Dani Alves, porque ele já subiu pela ala três vezes. Quando o Messi não está envolvido, é como se ficasse aborrecido... e então o próximo passe é para ele.»

«O sucesso validou a nossa abordagem», «Fico feliz, de um ponto de vista egoísta, porque há seis anos eu estava extinto; os jogadores como eu estavam em vias de extinção. Resumia-se a jogadores de dois metros, força, no meio, derrubes, segundas bolas, ressaltos...»

«Sou um romântico. Gosto que o talento, a habilidade técnica, sejam valorizados sobre a condição física»

«O resultado é um impostor. Podemos fazer as coisas muito bem - no ano passado fomos melhores que o Inter -, mas não ganhar. Há algo maior que o resultado, mais duradouro. Um legado. O Inter ganhou a Liga dos Campeões, mas ninguém fala deles.»

«Se estivermos dois anos sem ganhar tem de mudar», «Mas mudam os nomes, não a identidade.»

«Paul Scholes! Um modelo. Para mim - e isto é mesmo sentido - ele é o melhor médio-centro que eu vi nos últimos 20 anos. Falei com o Xabi Alonso sobre ele. É espectacular, tem tudo: último passe, golos, é forte, não perde a bola, visão. Se fosse espanhol talvez tivesse sido mais valorizado. Os jogadores adoram-no.»


Xavier Hernández

1 comentários:

dezazucr disse...

Por alguma razão eu queria que tivesse ganho ele a bola de ouro. O problema é que ele faz parecer tudo tão simples, tão fácil que talvez por aí o seu papel seja algo desvalorizado em detrimento do génio de messi e iniesta.